Saúde
Comer não basta, tem que se alimentar! Apesar dos esforços concentrados para melhorar a qualidade da dieta e reduzir a desnutrição, as deficiências nutricionais continuam em todo o mundo, não estamos falando apenas de lugares com carências financeiras, e sim de grupos, que apesar de terem acesso à alimentação, continuam desnutridos devido às escolhas na dieta alimentar.
A alimentação é necessária a vida, fornecendo energia e nutrientes essenciais para o funcionamento humano.
As deficiências e inadequações de vitaminas não só prejudicam a saúde, como também contribuem para elevados gastos na saúde e reduzem a produtividade.
Até três quartos da população em alguns países (1) sofrem de uma forma de subnutrição conhecida como fome oculta. Consomem calorias suficientes, mas não recebem vitaminas e minerais (micronutrientes) suficientes para crescerem, funcionarem, permanecerem saudáveis e combaterem doenças.
Sabe-se que as dietas populares carecem de micronutrientes, levando a deficiências, particularmente em ferro, zinco, ácido fólico, vitamina A, cálcio e vitamina B. 12 considerados como “micronutrientes prioritários”, que podem ter efeitos graves e prolongados, como desencadear doenças crônicas não-transmissíveis, entre elas o diabete, as doenças cardiovasculares, o AVC (acidente vascular cerebral) e até o câncer.
Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados, como fast food, é um exemplo de dieta com calorias vazias de nutrientes. Segundo a agência internacional de saúde, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas. E a principal causa dessa obesidade são as dietas baseadas em alimentos industrializados, cheios de gordura, sódio e açúcares.
Outro exemplo, mesmo em países de rendimento elevado, como os Estados Unidos e o Reino Unido, as deficiências de micronutrientes, como a deficiência de ferro, são frequentemente comuns, especialmente entre as mulheres em idade reprodutiva ( 3 , 4 ).
Os alimentos ultraprocessados constituem uma grande parte das calorias na maioria dos países de rendimento elevado e continuam aumentar rapidamente na maioria dos países de baixa e média renda. ( 5 ).
A obtenção de micronutrientes adequados a partir de alimentos minimamente processados, isto é alimentos que não passaram por processos de refinamento, pode trazer benefícios adicionais, devido ao valor agregado de diversos nutrientes sinérgicos dentro do alimento in natura.
Melhorar a qualidade geral da dieta, aumentando a quantidade e a diversidade de alimentos minimamente processados, com concentração de micronutrientes prioritários, é crucial para reduzir a desnutrição de micronutrientes e, ao mesmo tempo, minimizar o potencial aumento associado de doenças.
Os alimentos mais ricos em micronutrientes prioritários
Em geral, os alimentos de origem animal e os vegetais de folhas verdes escuras são as principais fontes de micronutrientes prioritários. (2)
Segundo estudos, as principais fontes de micronutrientes prioritários são órgãos, peixes pequenos, vegetais de folhas verdes escuras, bivalves, crustáceos, cabra, carne bovina, ovos, leite, conservas de peixe com espinhas, carneiro e cordeiro. Queijo, leite de cabra e carne de porco também são boas fontes e, em menor grau, iogurte, peixe fresco, leguminosas, teff e peixe enlatado sem espinhas.
Não quer dizer que somente os micronutrientes prioritários são necessários. Os alimentos que apresentam baixa densidade em micronutrientes prioritários podem ser ricos em outros compostos essenciais e não essenciais e contribuem ara as necessidades de energia e proteínas.
Conclusão
Mencionamos anteriormente que esses alimentos devem ser minimamente processados, isto quer dizer, a velha e boa cozinha deve funcionar dentro de nossas casas. Sabe aquela secção do supermercado de congelados e prontos para consumo? Então, evite passar por ela!
É importante ressaltar que as dietas devem consistir em uma variedade de alimentos com densidades nutricionais variadas. Mesmo a adição de apenas pequenas quantidades de alimentos de origem animal classificados com alta concentração em nutrientes (por exemplo, órgãos, pequenos peixes e bivalves) a sua dieta já seria um grande passo para garantir a adequação dos micronutrientes que normalmente faltam
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